QUIXOTE, livre adaptação sem texto da obra de Miguel de Cervantes reestréia hoje no Teatro Paulo Eiró.
Após temporada no Centro Cultural São Paulo, o espetáculo Quixote, da Cia dos Imaginários, direção de René Piazentin, volta aos palcos em curta temporada no teatro Paulo Eiró, entre os dias 15 e 31 de maio. A jovem companhia mostra sua releitura da obra sem utilizar texto. Com o foco na questão imagética, utiliza ações físicas, trilha sonora pop e um desenho de luz diferenciado para criar a atmosfera lúdica da montagem.
Ao construir o espetáculo o grupo não se preocupou em adaptar a obra de Cervantes, mas sim criar livremente a partir da figura central do cavaleiro andante, imagens que para eles traduziam o espírito quixotesco de sonho, utopia e crença em um mundo diferente.
Assim, a peça refaz a trajetória do Cavaleiro da Triste Figura através do processo colaborativo, mostrando uma série de situações que traçam paralelos com momentos importantes do romance que povoam o imaginário coletivo, como o enlouquecimento de Quixote após a excessiva leitura de novelas de cavalaria, seu rompimento com a realidade, a partida para a aventura, a idealização de sua musa Dulcinéia Del Toboso, o encontro com o fiel escudeiro Sancho Pança, o duelo com gigantes e a célebre cena dos moinhos de vento. A montagem moderniza a obra de Cervantes a partir de referências de ídolos da contemporaneidade como Gandhi, Martin Luther King e Charles Chaplin, e trilha sonora pop composta por Beatles, Moby, Fred Zero Quatro, Prodigy.
Durante a encenação, um coro de leitores assume personagens variados e incorpora dragões e gigantes. O cenário se assemelha a um grande porão de lembranças, repleto de rodas de bicicletas e livros antigos. A escolha de pijamas como figurinos, o desenho de luz e o uso de lençóis brancos ajudam a compor a ambientação onírica. Os objetos desse porão são transformados e adaptados para se assemelharem às imagens, personagens e locações da obra original. Assim, com bicicletas no lugar do cavalo Rocinante e do burro Ruço, coletes salva-vidas no lugar de armaduras e guarda-chuvas no lugar de lanças, a peça ganha também um tom lúdico. Tão lúdico e onírico quanto um aviãozinho de papel preso em uma gaiola, como se vê em uma das cenas.
“Quixote é uma metáfora e uma fábula. Ou a metáfora de uma fábula”, diz René Piazentin. “Quixote se dá a liberdade de olhar o mundo com outros olhos, de enxergar aquilo que nos é posto como definitivo de uma maneira transgressora. Ele nos redime da obrigação de sermos heróis e nos inscreve na categoria dos ‘anti-heróis’ imperfeitos, patéticos, cheios de falhas e desejos impossíveis. É o herói que se trai, que revela seu lado fraco, que é humilhado, massacrado, mas defende seu direito sagrado de crer que o mundo pode – ou ao menos deveria – ser diferente. E é bonito ver o herói se traindo. Porque é humano”.
Dom Quixote de La Mancha
Considerado como o primeiro romance moderno, El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de La Mancha é, sem dúvida, uma das obras máximas da literatura universal. Ele teve sua primeira parte publicada em 1605, em Madri, por Miguel de Cervantes Saavedra e tornou-se célebre já em sua época, ganhando uma segunda parte em 1615, publicada em 10 edições de 1500 exemplares cada. Segunda obra mais lida e traduzida depois da Bíblia, foi eleita em 2002 como o melhor livro de todos os tempos pelo Instituto Nobel da Noruega.
Cia dos Imaginários
A Cia dos Imaginários formou-se pelo interesse em pesquisar uma linguagem cênica que valorizasse mais a construção de imagens e símbolos que o aspecto verbal. Ela iniciou sua pesquisa com a montagem de “As Troianas”, de Jean-Paul Sartre, em 2005, seguido dos processos com “Quixote” e “Hamlet-Zero”. Nos três trabalhos, há em comum a busca de uma linguagem que valoriza o aspecto físico na interpretação e o imagético na encenação.
Ficha técnica
QUIXOTE, adaptação livre do texto de Miguel de Cervantes
Direção - René Piazentin
Assistente de Direção – Nathalia Dezoti
Iluminação, cenário e figurino - René Piazentin
Maquiagem - Carolina Costa
Apoio Teórico - Leila M. Ruiz Babadópulos
Programação Visual - Aline Baba e Caio Franzolin
Divulgação – Caio Franzolin, Caio Marinho e Mariana Viana
Produção - Núcleo Imaginário de Produção
Elenco - Aline Baba, Caio Franzolin, Caio Marinho, Camila Nardoni, Carolina Costa, Felipe Ormeni, Kedma Franza, Luana Frez, Mariana Viana, Thaíssa Landucci e Vinicius Roszczewski
Serviço
QUIXOTE
15 a 31 de maio
Sextas e sábados às 21h
Domingos às 20h
Duração: 60 minutos
Recomendação – livre
Gênero: Fábula dramática
Dias 15, 16 e 17 - grátis
Ingressos: R$ 10
Meia entrada para idosos, estudantes e classe teatral
Capacidade: 600 lugares
Teatro Paulo Eiró
Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
Tel: 5546-0449
Crédito das fotos acima: Lenise Pinheiro, do blog Cacilda.
ESPERO VOCÊS LÁ! :)
Após temporada no Centro Cultural São Paulo, o espetáculo Quixote, da Cia dos Imaginários, direção de René Piazentin, volta aos palcos em curta temporada no teatro Paulo Eiró, entre os dias 15 e 31 de maio. A jovem companhia mostra sua releitura da obra sem utilizar texto. Com o foco na questão imagética, utiliza ações físicas, trilha sonora pop e um desenho de luz diferenciado para criar a atmosfera lúdica da montagem.
Ao construir o espetáculo o grupo não se preocupou em adaptar a obra de Cervantes, mas sim criar livremente a partir da figura central do cavaleiro andante, imagens que para eles traduziam o espírito quixotesco de sonho, utopia e crença em um mundo diferente.
Assim, a peça refaz a trajetória do Cavaleiro da Triste Figura através do processo colaborativo, mostrando uma série de situações que traçam paralelos com momentos importantes do romance que povoam o imaginário coletivo, como o enlouquecimento de Quixote após a excessiva leitura de novelas de cavalaria, seu rompimento com a realidade, a partida para a aventura, a idealização de sua musa Dulcinéia Del Toboso, o encontro com o fiel escudeiro Sancho Pança, o duelo com gigantes e a célebre cena dos moinhos de vento. A montagem moderniza a obra de Cervantes a partir de referências de ídolos da contemporaneidade como Gandhi, Martin Luther King e Charles Chaplin, e trilha sonora pop composta por Beatles, Moby, Fred Zero Quatro, Prodigy.
Durante a encenação, um coro de leitores assume personagens variados e incorpora dragões e gigantes. O cenário se assemelha a um grande porão de lembranças, repleto de rodas de bicicletas e livros antigos. A escolha de pijamas como figurinos, o desenho de luz e o uso de lençóis brancos ajudam a compor a ambientação onírica. Os objetos desse porão são transformados e adaptados para se assemelharem às imagens, personagens e locações da obra original. Assim, com bicicletas no lugar do cavalo Rocinante e do burro Ruço, coletes salva-vidas no lugar de armaduras e guarda-chuvas no lugar de lanças, a peça ganha também um tom lúdico. Tão lúdico e onírico quanto um aviãozinho de papel preso em uma gaiola, como se vê em uma das cenas.
“Quixote é uma metáfora e uma fábula. Ou a metáfora de uma fábula”, diz René Piazentin. “Quixote se dá a liberdade de olhar o mundo com outros olhos, de enxergar aquilo que nos é posto como definitivo de uma maneira transgressora. Ele nos redime da obrigação de sermos heróis e nos inscreve na categoria dos ‘anti-heróis’ imperfeitos, patéticos, cheios de falhas e desejos impossíveis. É o herói que se trai, que revela seu lado fraco, que é humilhado, massacrado, mas defende seu direito sagrado de crer que o mundo pode – ou ao menos deveria – ser diferente. E é bonito ver o herói se traindo. Porque é humano”.
Dom Quixote de La Mancha
Considerado como o primeiro romance moderno, El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de La Mancha é, sem dúvida, uma das obras máximas da literatura universal. Ele teve sua primeira parte publicada em 1605, em Madri, por Miguel de Cervantes Saavedra e tornou-se célebre já em sua época, ganhando uma segunda parte em 1615, publicada em 10 edições de 1500 exemplares cada. Segunda obra mais lida e traduzida depois da Bíblia, foi eleita em 2002 como o melhor livro de todos os tempos pelo Instituto Nobel da Noruega.
Cia dos Imaginários
A Cia dos Imaginários formou-se pelo interesse em pesquisar uma linguagem cênica que valorizasse mais a construção de imagens e símbolos que o aspecto verbal. Ela iniciou sua pesquisa com a montagem de “As Troianas”, de Jean-Paul Sartre, em 2005, seguido dos processos com “Quixote” e “Hamlet-Zero”. Nos três trabalhos, há em comum a busca de uma linguagem que valoriza o aspecto físico na interpretação e o imagético na encenação.
Ficha técnica
QUIXOTE, adaptação livre do texto de Miguel de Cervantes
Direção - René Piazentin
Assistente de Direção – Nathalia Dezoti
Iluminação, cenário e figurino - René Piazentin
Maquiagem - Carolina Costa
Apoio Teórico - Leila M. Ruiz Babadópulos
Programação Visual - Aline Baba e Caio Franzolin
Divulgação – Caio Franzolin, Caio Marinho e Mariana Viana
Produção - Núcleo Imaginário de Produção
Elenco - Aline Baba, Caio Franzolin, Caio Marinho, Camila Nardoni, Carolina Costa, Felipe Ormeni, Kedma Franza, Luana Frez, Mariana Viana, Thaíssa Landucci e Vinicius Roszczewski
Serviço
QUIXOTE
15 a 31 de maio
Sextas e sábados às 21h
Domingos às 20h
Duração: 60 minutos
Recomendação – livre
Gênero: Fábula dramática
Dias 15, 16 e 17 - grátis
Ingressos: R$ 10
Meia entrada para idosos, estudantes e classe teatral
Capacidade: 600 lugares
Teatro Paulo Eiró
Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
Tel: 5546-0449
Crédito das fotos acima: Lenise Pinheiro, do blog Cacilda.
ESPERO VOCÊS LÁ! :)
Nos tempos atuais ao seguimos um blog ou sermos seguidos, formamos uma verdadeira teia, capaz de ter um alcance quantitativo e qualitativo para matérias formativas e informativas, que mídia alguma consegue ter. Já imaginou se os pré-socráticos e pós socráticos tivessem tal meio divulgador na sua época? A história seria outra! POR ISSO PARABÉNS PELO BLOG.
ResponderExcluirAproveito para CONVIDAR VOCÊ, seus seguidores e quem você segue, para lerem matéria sobre o espetáculo SAGRADO E PROFANO, que ocorrerá na cidade de Senador Pompeu, interior do Ceará, no pequeno Distrito de Engenheiro José Lopes. Experiência artística que mobiliza toda a população, que além de encenar a Paixão de Cristo ainda tem os caretas, que há cerca de 70 anos, saem pelas ruas. Experiência artística, social, política, folclórica, econômica..... que merece ser relatada, imitada e, sendo possível, vista e visitada ao vivo. Boa leitura em:
www.valdecyalves.blogspot.com